A Democracia Encurralada
O sistema eleitoral português não permite, ao contrário de outros países, que um perfeito desconhecido possa apresentar-se como candidato, e ser eleito. O único acto eleitoral, em que supostamente os candidatos são independentes, isto é, a eleição para o Presidente da Républica, provou ser o mais partidarizado de todos! Não só pela origem inequívoca das candidaturas, como também pela barreira das 7.500 assinaturas, que ao cidadão independente, se apresenta como um obstáculo real e intransponível...
Quando nos apresentámos em 15 de Agosto deste ano, estávamos conscientes do grande desafio que esta candidatura representava, mas guardávamos ainda, secreta e inocente esperança, de que tal candidatura fosse possível. Hoje, volvidos que são três mezes sobre esse dia, sabemos que não conseguiremos atingir nem sequer o objectivo mais básico: apresentar uma candidatura independente. Depois da Eng.ª Maria de Lourdes Pintassilgo, que tinha consigo a vantagem de ter sido a primeira mulher Primeiro-Ministro em Portugal, nunca mais tivemos qualquer candidatura que estivesse fora do apertado regime partidário e, o que é mais importante, fora das suas regras implacáveis de sucessão, de manutenção, e de convivência saudável com o inimigo.
Perdemos assim a oportunidade de ter um candidato que não acredita na justiça portuguesa, nem na bondade dos juizes, nem na eficácia dos funcionários, nem na competência dos advogados; um candidato para quem existem crises maiores do que a financeira, perigos maiores do que os incêndios, inimigos maiores do que os óbvios; um candidato que está cansado de viver num país de prostitutas e de chulos, um país onde tudo se vende e tudo se compra, onde já nada é sagrado, e vale tudo, até tirar olhos.
De resto, está de parabéns a comunicação social, pelo silêncio de chumbo...
Hélder Cerqueira
Candidato à Presidência da República
Quando nos apresentámos em 15 de Agosto deste ano, estávamos conscientes do grande desafio que esta candidatura representava, mas guardávamos ainda, secreta e inocente esperança, de que tal candidatura fosse possível. Hoje, volvidos que são três mezes sobre esse dia, sabemos que não conseguiremos atingir nem sequer o objectivo mais básico: apresentar uma candidatura independente. Depois da Eng.ª Maria de Lourdes Pintassilgo, que tinha consigo a vantagem de ter sido a primeira mulher Primeiro-Ministro em Portugal, nunca mais tivemos qualquer candidatura que estivesse fora do apertado regime partidário e, o que é mais importante, fora das suas regras implacáveis de sucessão, de manutenção, e de convivência saudável com o inimigo.
Perdemos assim a oportunidade de ter um candidato que não acredita na justiça portuguesa, nem na bondade dos juizes, nem na eficácia dos funcionários, nem na competência dos advogados; um candidato para quem existem crises maiores do que a financeira, perigos maiores do que os incêndios, inimigos maiores do que os óbvios; um candidato que está cansado de viver num país de prostitutas e de chulos, um país onde tudo se vende e tudo se compra, onde já nada é sagrado, e vale tudo, até tirar olhos.
De resto, está de parabéns a comunicação social, pelo silêncio de chumbo...
Hélder Cerqueira
Candidato à Presidência da República