20051028

Pontos essenciais

*O sistema político-partidário português, como o conhecemos, não é mais do que uma configuração concebida com carácter provisório, na atmosfera de convulsão da revolução de 1974. Nunca houve alterações significativas por razões claras: incongruência, comodismo e conveniência. O resultado tem sido a instabilidade, decadência e fragilidade dos principais órgãos do país.

* O actual regime, de primeiro-ministro com presidente da república, é manancial feraz de clivagens, jogos de interesse e pressões políticas. Todos os dias, o chefe de estado perde credibilidade e, com ele, a nossa terra, as nossas gentes, tudo aquilo que conquistámos ao longo dos tempos. Os partidos políticos e, pior ainda, os sucessivos governos têm utilizado a figura do presidente da republica como facécia dos seus artifícios mesquinhos.

* Os partidos políticos portugueses têm agido com comportamentos claramente oligárquicos, em que os grupos de interesse desempenham um papel central crescente. É urgente repensar o método existente, abrindo novas vias de cogitação.

* A doutrina ideológica que a nossa sociedade sustenta, é baseada em concepções prepotentes, austeras, déspotas e arbitrárias. É obrigação de todos nós, os que ainda resistem na clandestinidade, lutar pelos altos valores que são o prelúdio da evolução equilibrada, harmoniosa e estável da humanidade. Não queremos deixar aos nossos descendentes o fardo da incompetência e superficialidade dos nossos líderes.

* Os actuais candidatos presidenciais não trarão nada de novo a Portugal. Precisamos de soluções reais para a economia, justiça, educação, saúde e cultura. Precisamos reabrir as vias que nos afastam dos nossos países irmãos, procurando novas vantagens competitivas face ao atraso crónico da nossa mentalidade e redescobrindo a força responsável pelas grandes realizações do povo português. Precisamos urgentemente de um reencontro com as nossas raízes, com um passado que é milenar e com a dignidade corajosa que nos trouxe tantas glórias ao longo da História. Nenhum dos candidatos nos oferece isto e só o voto em branco não roubará o resto da nossa auto-estima.

2 Comments:

Blogger Paulo Selão said...

O voto branco? Quem me garante a mim que não haja algum espertalhão, na altura do escrutínio, que aproveite alguma distracção para marcar a cruzinha no «sítio certo» votando por mim. É por isso mesmo é que eu opto - sempre que os candidatos, seja em que eleição for, excepto nas presidenciais, não me agradam ou não correspondem às minhas expectativas - por anular o meu voto fazendo um traço que apanhe todos os quadradinhos ou usando outras formas.
Quanto às presidenciais, como Monárquico que sou, opto por passar completamente ao lado, nem «passando cartão» à campanha nem a nada relacionado sobre essa matéria, não indo nem sequer votar.
Quanto a acções, propriamente ditas, a melhor altura para acções de campanha ou de divulgação da diferença entre as duas formas de chefia de Estado distintas, é durante as presidenciais. É um factor de perturbação, quanto mais não seja, por pôr as pessoas a pensar e reflectir; algo que muitos daqueles que se dizem democratas não querem nem ouvir falar.

3:28 da tarde  
Blogger mch said...

O que se está a pensar é num manifesto " Não nos resignamos..." a estes candidatos do situacionismo
O país precisa de soluções sistémicas de presidencialismo, sim mas do primeiro ministro, de rei com poderes diminuídos e das 5/6 regiões tradicionais que até coincidem com as 5 euroregiões para criar empregos a sério e não fazer rotundas de camaras muncipais
Talvez o voto em branco seja correcto. MAs as afirmações corajosas positivas são sempre melhores
mendo castro henriques

11:46 da tarde  

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